terça-feira, 3 de dezembro de 2013

Seguindo os passos de Saruman

Eu tenho esse plano de me mudar pra uma cidade distante e acolhedora e fugir dessa selva de pedra inclemente onde você não pode nem ficar uns meses sem pagar uma conta que todo mundo fica te ligando. Não sei bem para onde ir ou o que fazer quando estiver lá (pois 1: é difícil achar emprego na minha área fora de São Paulo; 2: eu não quero trabalhar nessa área de corno; 3: eu não sei fazer mais nada), mas hoje tive uma ideia.

Estou numa fase de transição, sacomé: perto dos 30, crise de meia-idade, aquelas coisas. Há um aspecto na minha aparência que já está bem próximo de atingir um estágio crítico, e você sabe qual é porque eu falei dele dois ou três posts atrás: o cabelo. Tá quase, quase acabando. Pessoas com a mesma quantidade que eu já raspam completamente, e eu não o faço porque ia ficar igualzinho meu irmão e ele não merece ser confundido comigo, coitado. Mas colocando algumas centenas de quilômetros entre nós já dá pra pensar em deixar a cabeça lisinha como a lua e ir iluminar os pensamentos dela, só que isso cria um novo problema do pescoço pra baixo: eu sou tão magro que as pessoas não perguntam meu peso, perguntam minha gramatura, e um musguelinho desse com a cabeça raspada ou parece um monge ou parece que está fazendo quimioterapia. Eu gosto tanto de religião quanto gosto de câncer, então essas duas possibilidades não me agradam. Precisa ter algo mais.

Eu também tenho barba, uma barba singela, presente mas discreta, rente ao rosto. E já tenho pensado recentemente em deixá-la crescer, fazer um volumão maior na cara pra eventualmente no meio da tarde aquele calor da porra eu dar uma lambida no bigode e pegar o gostinho de Coca que ficou grudado lá algum tempo antes. E eis como tudo isso se conecta, senhoras e senhores:

  • A minha barba vai crescer e crescer e crescer até a ponta dela chegar na minha barriga, tipo Bamerindus.
  • Enquanto espero minha pelagem facial acompanhar o mesmo movimento migratório da minha genitália, faço cursos de mecânica automotiva e fico fera no assunto.
  • Mudo pra algum lugar nas montanhas, e construo uma casa na beira da estrada.
  • Vestirei, no dia-a-dia, apenas roupas largas e compridas, como túnicas, e um chapéu longo e pontudo (dane-se o cabelo, já tô em outra).
  • Uns dez metros pra frente da casa eu vou lambuzar o piso da estrada de óleo.
  • Então ficarei todos os dias parado na frente de casa, das 9 às 18. Quando passar um carro, alguma criança vai me ver, apontar e gritar "mãããããeeee, um feiticeiro!" e aí eu vou erguer os braços e por as mãos pra baixo como se estivesse lançando uma magia e aí o carro vai rodar no óleo e se estabacar na beira da estrada, uma tragédia.
  • Caso haja sobreviventes, eu vou até lá e digo "poxa, eu tentei acenar pra avisar que a pista estava escorregadia" e oferecerei meus serviços de mecânico a preços obviamente salgados.

O leitor mais carente das faculdades lúdicas pode dizer "você pode só jogar o óleo e arrumar o carro depois, por que se fingir de feiticeiro?". É uma pergunta interessante, pra alguém tão pouco capaz, mas eu não espero mesmo que você entenda. Não se preocupe, não se avexe, pode ficar aí com seu planinho de carreira. Afinal, quem nasceu pra ser peão nunca vai ser feiticeiro.

2 comentários:

Unknown disse...

Huahuahauhaua
Sensacional... segurando a gargalhada aqui na minha mesa da firma.

Ludmila Bahia disse...

AHUSHHAUSHUAHUSHUAUSAUUSHAUSHUAUHSUAUSHUAUSUAHU ESTOU VICIADA NO SEU BLOG, PROMETO VOLTAR ÀS POSTAGENS MAIS RECENTES E COMENTAR TODAS, TEM UNS DOIS DIAS QUE ESTOU LENDO E RINDO MUITO E CONCORDANDO COM MUITAS COISAS...
ADOREI O VOLTO LOGO JOYCE, ESTUPRANDO O REPLAY EM ENTÃO... MUITO PERFECT! PARABÉNS PELO BLOG E PELA BANDA, CONTINUEEEE POSTANDO PLEASEEEEEEEEEEEEEEE!!!!!