quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

Revisitando a maioridade

É engraçado que eu já devo ter dito em algum momento aqui que não gosto de aniversários (porque eu sou o bad boy que mija nas convenções sociais e toda aquela besteira), mas todo ano faço um post no meu nascimento-dia pra falar sobre a nova idade, e normalmente relacionar com alguma daquelas piadinhas de mau gosto pelas quais esse blog é tão conhecido. E o pior é que eu acho que eu gosto sim desse troço. É um dia em que as pessoas são legais com você e se esforçam bem mais pra fingir que se importam. É só uma vez por ano, mas cada um tem o que merece.

E desta vez, dois mil e treze, chego aos meus 28 anos de bosta. Então eu fiquei pensando numa maneira de relacionar essa idade com um assunto qualquer, como eu fiz quando enfrentei meu pai (e perdi) num duelo aos 25 e quando eu desejei morrer e virar uma lenda aos 27, mas nada vinha. Até que plim!, não só apareceu o assunto como também um vórtice de desgraça e desespero que me lembrou do seguinte fato: faz 10 anos que eu sou maior de idade.

Mas 10 anos é uma data redonda, eu deveria comemorar! Deveria pegar meu carro, sair por aí a milhão, pichar o muro da Febem, alugar uns filmes pornô e essas coisas que a gente acha que são legais porque os adultos podem fazer. Mas a verdade é que eu não tenho nem gosto de carro, tenho alergia a spray e ontem mesmo estava comemorando quando anunciaram um Pokémon novo.

("Ah, não, esse é um daqueles posts que você vai passar reclamando das coisas que não fez?". Não. Esse é UM BLOG INTEIRO em que eu fico reclamando das coisas que não fiz)

O problema é que existe um grande terreno baldio chamado "coisas que você pode fazer" logo depois da cerquinha vermelha com os dizeres "só para maiores de 18 anos", e existe uma série de coisas que você quer fazer de fato. Saber preencher esse terreno com essas coisas deve ser o que significa ser adulto. Não é pra mim, me perdoem, eu abro mão. Fiquei pra trás mesmo, com meus bonequinhos, video games portáteis e quadrinhos autobiográficos.

É meio solitário do lado de cá, mas pelo menos existe pornografia na internet. Senão eu ia ter que invadir a propriedade alheia umas cinco vezes por semana. Digo, mês.

Ano?

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