segunda-feira, 12 de julho de 2010

Liga pra mim / no celular / meu coração

Nunca tive essa relação íntima que muitos tem com celular. Pra mim, ele sempre funcionou mais como relógio-despertador que qualquer outra coisa - inclua 'telefone' nesse 'qualquer outra coisa'.

Mas foi então que, cansado do meu velho MP3 player 'Sony' - gravem isso: jamais, JAMAIS sucumbirei ao iPod -, resolvi adquirir um telefone celular um tiquinho mais sofisticado. Sofisticado assim: tem MP3, jogos, bluetooth, câmera, todas essas coisas que ficaram populares há cinco anos ou mais, mas pra mim são novidade.

O negócio é que como tocador de MP3 ele é uma senhora e retumbante bosta: danifica os arquivos, demora pra atualizar quando eu incluo músicas novas, o volume é baixo, o fone é ruim e etc. Mas tem um outro bagulho que eu sempre invejei nas pessoas menos tecnologicamente recalcadas: a capacidade de colocar músicas pra tudo.

Eu fiquei tão empolgado com essa babaquice que atribuí toques personalizados pra quase todos os meus contatos. Se você me ligar e ouvir Last Nite saltando do aparelho, mal aê, você é escória sem toque próprio.

Também é possível escolher a musiquinha do despertador, e esse foi o maior acontecimento da minha vida nos últimos 30 anos: se antes eu não tinha nem snooze - juro por Satã, eu precisava acordar, reprogramar o despertador pra dali a 10 minutos e voltar a dormir - agora posso acordar ouvindo o tema do Frog. Já salto da cama me sentindo um herói de capa e espada. Meu pai inclusive disse que hoje eu acordei gritando "você vai pagar por isso, maldito Magus!". Eu nego.

Mas tirando essa papagaiada e o não-digno-de-orgulho fato de que agora eu posso competir com os fia da mãe que ouvem pagodão e funk alto no busão, dá pra concluir que não vai ser dessa vez que meu relacionamento com a telefonia móvel vai dar um passo adiante. Começo a achar que talvez seja por eu não usar mesmo a função de ligar e receber ligações, mas posso estar errado. É possível colocar toques aleatórios pra quando meu pai ligar? Assim vai dar a impressão que são várias pessoas diferentes, tipo aquela história da mulher que mandava flores pra ela mesma, pra se sentir amada. Vou tentar e aviso, abraços.

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